TRF Nega Habeas Corpus a Empresário Acusado de Movimentar R$ 85 Milhões do Tráfico

O desembargador Ali Mazloum, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, negou o pedido de habeas corpus ao empresário Luiz Antonio Tolentino Marques, de 47 anos. Ele foi preso durante operações contra o tráfico internacional de cocaína, realizadas pela Polícia Federal em 15 de junho.

Operações Contra o Tráfico

Luiz Antonio, dono de uma loja de veículos em Santa Fé do Sul (SP), foi alvo da Operação Prime, desencadeada simultaneamente com a Operação Sordidum. As operações visavam cumprir 64 mandados de busca e apreensão e 25 de prisão em vários estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo.

 Envolvimento dos Irmãos Tolentino

Luiz Antonio é irmão de Claudinei Tolentino Marques, de 42 anos, dono da Referência Construtora e Incorporadora, localizada na região de condomínios de luxo em Dourados (MS). Claudinei também foi preso no âmbito da mesma operação. Luiz Antonio foi capturado em Barra do Garças (MT), onde os irmãos possuem uma fazenda.

As investigações da Polícia Federal revelaram que os irmãos faziam parte de uma organização criminosa responsável pelo envio de grandes quantidades de cocaína da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai para países da América Central. Em três anos de investigação, a PF identificou o envio de pelo menos seis toneladas da droga.

Movimentação Financeira e Lavagem de Dinheiro

Os irmãos Tolentino utilizavam doleiros na fronteira e empresas de fachada para movimentar e ocultar os valores e bens obtidos com o tráfico. Detalhes da investigação revelam que Luiz Antonio passou de trabalhador assalariado a milionário, movimentando pelo menos R$ 85 milhões entre 2020 e 2023, sendo R$ 45 milhões apenas em suas contas pessoais. A movimentação suspeita foi detectada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

 Justificativa da Prisão Preventiva

O desembargador Ali Mazloum destacou que a prisão preventiva foi decretada para garantir a ordem pública, evitar a destruição de provas e assegurar a aplicação da lei penal, devido ao risco concreto de fuga. Ele afirmou que Luiz Antonio está envolvido em uma organização criminosa sofisticada, com alto poder aquisitivo e atuação internacional, o que aumenta o risco de reiteração delitiva e fuga.

Defesa do Empresário

A defesa de Luiz Antonio, representada pelo advogado Jail Benites de Azambuja, afirmou que a investigação ainda está em andamento e que, até o momento, não há evidências de que o investigado tenha movimentado R$ 85 milhões do tráfico. Segundo a defesa, as acusações contra os irmãos Tolentino estão relacionadas apenas à lavagem de dinheiro, e não ao tráfico de drogas.

Em nota, a defesa destacou que a investigação menciona a movimentação total nas contas pessoais e das empresas, mas não especifica a origem dos recursos. O advogado argumentou que a acusação de lavagem de dinheiro ainda depende de averiguações adicionais.

By Fala SP

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