A proposta de privatização da Sabesp na capital paulista, apresentada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu um total de 36 votos favoráveis e 18 votos contrários, antes mesmo da realização das audiências públicas. A sessão de aprovação foi marcada por intensas tensões, com diversos episódios de confrontos e manifestações tanto na tribuna quanto nas galerias da Câmara de Vereadores de São Paulo.
O projeto de lei, que viabiliza a privatização da Sabesp na capital, foi aprovado em primeiro turno, porém ainda requer uma segunda votação em plenário, agendada para ocorrer após o término das audiências públicas em 27 de abril.
Os 36 vereadores que votaram a favor da privatização incluem nomes como Aurélio Nomura (PSD), Fernando Holiday (PL), e Janaína Lima (PP), enquanto os 18 contrários englobam figuras como Arselino Tatto (PT), Luna Zarattini (PT), e Toninho Vespoli (PSOL).
Durante a votação, que foi marcada por provocações e vaias por parte dos manifestantes contrários ao projeto, o presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), teve que intervir pedindo ordem e ameaçando chamar a Guarda Civil Metropolitana para remover os manifestantes. O vereador Rubinho Alves (União Brasil), relator do projeto, chegou a mencionar a falta de “bala de borracha” para os manifestantes, gerando controvérsia.
Apesar da aprovação, parlamentares do PT e PSOL anunciaram a entrada com uma ação judicial para anular a votação e exigir que esta ocorra somente após o término das audiências públicas.
A segunda votação, que ainda não possui data definida, só poderá ser agendada pelo presidente da Casa após o término das audiências. O projeto já havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em dezembro de 2023 e sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas.
O processo de privatização está em curso, com a realização de audiências públicas em diferentes locais da cidade, incluindo bairros próximos a áreas de mananciais como as represas Billings e Guarapiranga.
Além disso, a Sabesp anunciou um reajuste de 6,4% nas tarifas a partir de 10 de maio, conforme autorizado por uma nota técnica da empresa. Uma pesquisa recente mostrou que 52% dos eleitores paulistas são contra a privatização da Sabesp, enquanto 36% são a favor, com uma margem de erro de 2,4 pontos percentuais. A empresa, que atende 375 municípios e possui 28 milhões de clientes, registrou um lucro de R$ 3,1 bilhões em 2022, destinando parte desse montante tanto para dividendos aos acionistas quanto para investimentos.
Votaram a favor da privatização na cidade de SP:
- Aurélio Nomura (PSD)
- Carlos Bezerra Júnior (PSD)
- Coronel Salles (PSD)
- Cris Monteira (Novo)
- Danilo do Posto (Podemos)
- Dr. Milton Ferreira (Podemos)
- Dr. Nunes Peixeiro (MDB)
- Sandra Tadeu (PL)
- Edir Salles (PSD)
- Eli Corrêa (União Brasil)
- Ely Teruel (MDB)
- Fabio Riva (MDB)
- Fernando Holiday (PL)
- George Hato (MDB)
- Gilberto Nascimento (PL)
- Gilson Barreto (MDB)
- Isac Felix (PL)
- Janaína Lima (PP)
- João Jorge (MDB)
- Jorge Wilson Filho (Republicanos)
- Major Palumbo (PP)
- Marcelo Messias (MDB)
- Marlon Luz (MDB)
- Milton Leite (União Brasil)
- Paulo Frange (MDB)
- Ricardo Teixeira ((União Brasil)
- Rinaldi Digilio (União Brasil)
- Rodrigo Goulart (PSD)
- Rubinho Nunes (União Brasil)
- Rute Costa (PL)
- Sandra Santana (MDB)
- Sansão Pereira (Republicanos)
- Sidney Cruz (MDB)
- Sonaira Fernandes (PL)
- Thammy Miranda (PSD)
- Xexéu Tripoli (União Brasil)
Votaram contra a privatização na cidade de SP:
- Adilson Amadeu (União Brasil)
- Alessandro Guedes (PT)
- Arselino Tatto (PT)
- Celso Giannazi (PSOL)
- Adriano Santos (PT)
- Elaine do Quilombo Periférico (PSOL)
- Eliseu Gabriel (PSB)
- Hélio Rodrigues (PT)
- Jair Tatto (PT)
- João Ananias (PT)
- Jussara Basso (PSB)
- Luana Alves (PSOL)
- Luna Zarattini (PT)
- Manoel Del Rio (PT)
- Toninho Vespoli (PSOL)
- Roberto Tripoli (PV)
- Senival Moura (PT)
- Silvia da Bancada Feminista (PSOL)