Corrupção Sob as Lentes: Como Grupo Ligado ao PCC Movimentou R$ 200 Milhões em Licitações Fraudadas em SP

Operação revela vereadores presos por corrupção ligada ao crime organizado

Uma nova operação do Ministério Público de São Paulo desmantelou um esquema criminoso associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvido em fraudes em licitações em todo o estado. Entre os detidos, estão três vereadores de diferentes cidades paulistas e mais 10 indivíduos.

O modus operandi do grupo consistia em favorecer empresas ligadas à organização criminosa em contratos de prestação de serviços de limpeza e vigilância nas câmaras municipais. A suspeita é de que esses vereadores recebiam propinas para viabilizar tais acordos.

Os detalhes do esquema revelam uma estrutura complexa:

  • Ramificação do PCC com várias empresas;
  • Simulação de competição em licitações de câmaras e prefeituras;
  • Indícios de fraude também no governo estadual;
  • Participação de agentes públicos, incluindo vereadores, na facilitação do esquema;
  • Contratos fraudulentos totalizando mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.

O esquema era composto por três núcleos distintos: empresários e funcionários das empresas, advogados que atuavam em favor delas e agentes políticos que facilitavam a infiltração mediante pagamento de propina.

A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, em conjunto com a Polícia Militar.

Entre os detidos, destacam-se os vereadores Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos; e Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel. O MP determinou a prisão temporária deles por cinco dias para preservar as investigações, podendo esse prazo ser ampliado.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 42 endereços, resultando na apreensão de armas, celulares, notebooks, valores em espécie e cheques.

A defesa dos vereadores presos está buscando a revogação da prisão temporária, alegando que estão sob averiguação e não como suspeitos. Os municípios envolvidos, como Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, entre outros, estão colaborando com as investigações.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ressaltou a importância do combate ao crime organizado, salientando que essas ações representam uma ameaça ao estado e ao país.

A operação desta terça-feira não está diretamente relacionada à “Operação Fim da Linha”, que na semana anterior resultou na prisão de dirigentes de empresas de ônibus da capital paulista, também ligadas ao PCC. No entanto, ambas revelam a complexidade e a audácia do crime organizado em se infiltrar em diferentes esferas do poder público e econômico.

By Fala SP

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